O Pianista
The Pianist
EUA , 2002 - 150 min.
Drama / Guerra
Direção:
Roman Polanski
Roteiro:
Ronald Harwood, Wladyslaw Szpilman
Elenco:
Adrien Brody, Emilia Fox, Michal Zebrowski, Ed Stoppard, Maureen Lipman, Frank Finlay, Jessica Kate Meyer, Julia Rayner, Wanja Mues, Richard Ridings
Excelente
EUA , 2002 - 150 min.
Drama / Guerra
Direção:
Roman Polanski
Ronald Harwood, Wladyslaw Szpilman
Elenco:
Adrien Brody, Emilia Fox, Michal Zebrowski, Ed Stoppard, Maureen Lipman, Frank Finlay, Jessica Kate Meyer, Julia Rayner, Wanja Mues, Richard Ridings
Excelente
A trama baseia-se na autobiografia de Wladyslaw Szpilman
Enfim, nada que já não tenha sido mostrado, por exemplo, no especial para a TV Insurreição (Uprising, 2001 - disponível nas locadoras), com competência e elenco de astros. O que faz do filme, então, uma obra-prima merecedora da Palma de Ouro em Cannes, do BATFA, do César, do Goya de Melhor Filme Europeu - e de sete indicações ao Oscar (Filme, Diretor, Ator, Fotografia, Figurino, Roteiro Adaptado e Montagem)? Três coisas pesam a favor de uma avaliação. Ou melhor, três nomes: Polanski, Szpilman e seu intérprete, o ator nova-iorquino Adrien Brody.
Primeiramente, a trajetória real do pianista se confunde com a do cineasta. Responsável por (pelo menos) três clássicos obrigatórios, O bebê de Rosemary (Rosemarys Baby, 1968), Chinatown (1974) e O Inquilino (Le Locataire
Polanski não se considerava suficientemente imparcial para dedicar um filme ao episódio. Foi o que disse a Steven Spielberg quando recebeu a oferta de dirigir A lista de Schindler. Em todo caso, visualizou no drama real de Szpilman uma maneira sincera de recontar a tragédia. Queria manter uma mensagem: a de que os judeus poloneses se destacaram pela luta no "Gueto", apesar da idéia dominante de um massacre sem resistência. No fim das contas, muitas das passagens vistas no filme fizeram parte da vida de Polanski. A cena em que o pai de Szpilman recebe a ordem de um oficial nazista para andar na sarjeta, ao invés da calçada, e acaba surrado, aconteceu com o pai do diretor.
E quando ouviu da crítica que seu filme seria "acadêmico demais", o diretor tomou o comentário como um elogio - e completou: "Fricotes e movimentos vertiginosos de câmera seriam obscenos; um filme como este deve ser narrado com sobriedade e ética". A explicação resume os méritos de Polanski atrás das lentes. Aliado à dedicação, o equilíbrio permeia toda a produção, justamente numa temática em que qualquer deslize pode levar a caricaturas ou clichês.
E, por fim, a interpretação de Brody engrandece a película. À parte a transformação física, a barba, as olheiras e os quatorze quilos perdidos para a preparação do papel, o ator transmite com um simples olhar todo o sentimento de solidão do personagem. Cabe a ele boa parte da tarefa de provar, ao espectador, que o filme não é apenas um dentre muitos sobre o tema. Aliás, raramente a expressão "bom de doer" é usada com propriedade. Neste caso, vale dizer. O Pianista é um filme que dói.
Nenhum comentário:
Postar um comentário